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domingo, 14 de junho de 2009

Mephisto - Quantos Hendriks existem por aí?

Há uma semana e dois dias (na sexta-feira, dia 05 de junho à noite), eu estava na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras), no Rio, pra assistir à peça "Mephisto", protagonizada pelo meu amigo Anderson Corrêa. A peça tem três horas de duração e embora seja um drama, tem momentos bem engraçados também.

A história real, tirada de um romance de Klaus Mann (que faz parte da história), se passa na Alemanha (época de Adolf Hitler). A peça tem início no começo da década de 20 e termina no final da década de 30.

O personagem central (interpretado brilhantemente pelo Anderson) é Hendrik Höfgen (nome verdadeiro: Gustav Gründgens) , um ator de Hamburgo que sonha se tornar o maior ator da Alemanha. Ele pertece ao partido comunista e simplesmente odeia Hitler. Ele defende a classe operária e faz do teatro uma maneira de defender a sua causa.

Porém, mtaaa coisa acontece e ele aos poucos vai mudando de lado. Ele vê que Hitler toma mesmo o poder, se torna um ditador e assim, abandona seus antigos amigos/companheiros, sua esposa e sua amante.

Ele que ficou famoso por sua performance na peça "Mephisto", interpretando o personagem Mephistófeles, acaba vendendo a alma pro "diabo" e enquanto seus amigos são torturados e mortos, ele vira um puxa-saco de Hitler e consegue o que quer: torna-se o maior ator da Alemanha e vira diretor do teatro de Berlim.

No final da peça, ele - já casado, provavelmente por conveniência, com uma atriz de caráter tão ou mais duvidoso do que ele próprio e irmã adotiva de sua prmeira esposa (!) - aparece sendo atormentado por fantasmas daqueles aos quais ele traíra no passado.

Miguel Falabella e José Wilker já interpretaram esse personagem nos palcos brasileiros.

Eu não tinha lido este romance, nem assistido ao filme (também houve um filme, nos anos 80) ou à peça. Então, confesso que fiquei meio abalada, ao final da peça. Adorei tê-la assistido! Mesmo porque é daquelas apresentações que servem não apenas pra nos divertir, como também e principalmente pra nos fazer refletir sobre a vida... sobre os valores humanos.

Será que tudo tem um preço? O que leva algumas (ou seria mais correto dizer muitas?) pessoas passarem por cima de amigos e parentes pra conseguirem aquilo que querem? Eu vi um defensor dos menos favorecidos no começo da peça discursar contra Hitler e até xingar a todos que estavam do lado deste, e no final vi esse mesmo personagem dizendo a plenos pulmões "Heil Hitler"!

Por quanto tempo o ser humano consegue preservar seus valores sem se vender e renegar todos esses valores, todos esses princípios? Qual é o preço da fidelidade às causas em que se acredita?

Políticos são corruptos, policiais são corruptos, dirigentes de futebol são corruptos, pastores das indústrias que vendem fé (que alguns ainda insistem em chamar de igrejas) são corruptos... Mas também há corrupção em empresas, emissoras de TV, nas mais diversas religiões e seitas, nos setores de trabalho, nas escolas, clubes, agências de viagem, estabelecimentos comerciais de todo tipo...

Isso é fato. Todo mundo sabe, todo mundo vê. E... infelzimente quase todo mundo hoje em dia acha normal, ou quase normal. Essa coisa de vender a alma pro "diabo", entregar o ouro pro "bandido" existe desde que o mundo é mundo. E só uma minoria se esforçou, ao longo dos tempos, pra tentar mudar isso.

O Renato Russo um dia cantou "Que país é esse?". Pois eu me pergunto: "Que planeta é esse?". O mundo está cheiooo de Hendriks, ou melhor Gutavs! Mas... muitas pessoas os acham espertos e como "o mundo é dos espertos", e mesmo que essa esperteza consista em puxar o tapete alheio... está valendo!!! "Eles é que estão certos", dizem.

E assim caminha a HUMANIDADE(?)... Caminha... até tropeçar nos fantasmas dos erros passados e quebrar a cara!!!


*Anderson, um abraço pra vc e parabéns pela verdade com a qual você interpretou esse grande fdp que foi o ator Gustav Gründgens! rsrsrs

4 comentários:

  1. MInha querida amiga, adorei seus comentários. Pela primeira vez li algo a respeito de meu próprio trabalho e fico muito feliz com a análise feita, creio que conseguimos transmitir a essência desta história. A respeito de seus comentários quero ressaltar que o essencial desta história é nos perguntarmos "Pra onde caminha a humanidade?" Somos os únicos responsáveis por fazer a vida verdadeira e diferente. A hora é agora!

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  2. olá,Elisa barreto,o seu ponto de vista e sua critica são muito bem vinda para nós,continue nos assistindo e curta bastante nossas montagens que são feitas com muito carinho para o nosso público.quando vc fala do nosso anderson correa gostaria de lhe dizer que todos do elenco ficamos muito felizes com sua atuação além de ser um otimo ator é um grande amigo e nos senitmos muito honrrado ao lado dele.ricardo machado(knurr,thomas mann,goring)vc decide...um abraço e até a proxima...

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  3. Oi, Anderson! Q alegria ver vc por aqui!!!
    Q bom q vc gostou! Com certeza vc e todo o elenco conseguiram passar a mensagem com perfeição, pq foi exatamente a essa pergunta q a peça me levou! Realmente a hora é agora!!!
    Um abração pra vc!!!

    Ricardo "Thomas Mann", estou louca q a peça venha pra JF e o q eu puder fazer por isso, com certeza farei! Vcs deram um show! Pensei q talvez fosse achar um pouco cansativa uma peça de 3 horas, mas q nada!!! Ela prendeu a minha atenção e no final eu queria ver mais castigos pro Hendrik! rsrsrs Achei pouco!

    Bom... citei o Anderson (Hendrik) pq queria comentar esse personagem e suas atitudes, mas vcs todos do elenco foram perfeitos e conseguiram passar mta verdade com seus personagens. São atores q merecem sem dúvida q algum olheiro da Globo os descubra!!!

    Obrigada aos dois pelos comentários!!! Voltem sempre!!!

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  4. pARECE QUE TODO DITADOR FASCISTA TEM UM ATOR FAMOSO A SEU DISPOR.

    O sociólogo frustrado (FHC) tinha Jabor

    O repentista de cordel frustrado(Lula) tem Zé Celso

    O Pintor frustrado (Hitler) tinha Gustav Gründgens

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